sábado, 31 de dezembro de 2011

Invasão de território

A cabeça é o território. O invasor é o resultado da infinidade de exposições ao sol. O sol é reconhecido por ser vida, por favorecer a vida. Que contradição!!!! Neste território, ele quer tirar a vida.
Errei, mas não porque quisesse errar. Expus-me a ele. Amo-o de paixão. Adoro vê-lo invadir meus espaços...Mas, não esperava que me traísse.
Naquela época, ele não era o inimigo das peles claras. Se era, não era anunciado ao mundo. Este território foi armazenando a luz, a vida e o calor do sol. Continuo apaixonada, mas, hoje ser que ele também destrói.
Não tenho como voltar atrás. Tô colhendo o que plantei...e plantei tantas coisas boas...mas, ali, cresceram ervas daninhas. Ahhhhhhh a colheita! A colheita traz noites no dia e dia na noite. O dia escurece, a noite clareia, arregala os olhos.
As coisas estão trocadas: o dia virou noite, a noite virou dia; o sol é vida, o sol é morte.
A conversa que rola por aí é que a destruição da natureza pelo homem está fazendo-a rebelar-se contra ele. O sol é natureza. Eu não o destruí! Olha aí outra contradição: eu o enalteci em meus versos, na minha vida; eu o fiz brilhar em mim e ele, o meu sol, está pronto para me destruir.
Quantas contradições!
O sol  é vida? O sol é morte.
O dia é claro? O dia é noite.
A noite é escura? A noite é dia.
Eu valorizei o sol. O sol me desprestigiou.
Eu sei do que estou falando.
Você, leitor, não sabe!
Entenda, então, apenas que nem tudo que reluz é ouro!

A cabeça é o território.
O invasor é o carcinoma. Trocaram o nome! Quanta ironia nesse eufemismo!
O sol, aquele que eu ainda amo, é o causador de mais uma noite-dia.
Nem tudo que reluz é ouro. Em mim, é fogo!!!!

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