segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Brincadeiras no céu

Brinca-se no céu num vai e vem espantoso. Espalham-se cores pelo seu azul já manchado de nuvens escuras...e, em cores mil de rabiolas brilhantes vibram lá no alto o ainda frescor da tarde, o sabor jovem, infantil até de liberdade!
Observo. Somente um longo fio o mantém preso às extremidades: de um lado a terra, o concreto, o real; do outro, a leveza do ar, o frescor jovial de mãos estendidas tentando ou alcançando o que não lhe é de domínio.
É a certeza de que lá no alto se vive bem. Vive bem? E as tentativas de lá também roubar o outro?
Roubar o outro papel colorido em varetas finas não é tarefa de um somente...tropeça nos muros, alcança quintais e telhados e rouba...torna-se dono do brinquedo! E, sendo dono permite-se estender sua mente e seus sonhos para o alto. Quer ultrapassar limites.
Mas, por que alcançar o alto? Lá, ninguém lhe rouba os sonhos...os sonhos que são somente seus até que não chegue outro com o mesmo desejo.
Agora mesmo pude observar o desespero de um vermelhinho. Tentou desviar-se de um pega, sacudiu-se como ninguém, desesperou-se, buscou a saída...era tarde demais...fora partido em pedaços e rolou rolou rolou até atingir o chão ( o outro lado) onde estava ansiosamente sendo esperado.
Seu sonho fora esfacelado em pedaços mil, perdeu sua cor, seu nome, o rumo....seus sonhos se foram!
E a chuva imprudente chega!

Um comentário:

Claudio Manoel disse...

Nossa, através de suas letras pode-se enxergar os pipas no ar, crianças, a correria. Saiba cara Mestra, isso é muito bom!
Seus escritos aqui na internet, fazem bem, muito bem mesmo!