domingo, 29 de janeiro de 2012

Galo, de João Cabral. E corpo, de Cidinha

Galo e corpo
Um corpo sozinho não tece uma noite
Precisará sempre de um outro corpo.
De um que apanhe esse gemido que ele...
E o lance a outro; de um outro corpo
Que apanhe o gemido do corpo torto ....
E o lance ao outro; e de outros corpos
Que não mortos se emaranhem
Em fios dos gemidos de seus corpos,
Para que a noite, desde retângulos retos,
 enlaçando todos os corpos.

E se encorpando com olhares, entre todos
Se erguendo ramificado...entre todos
Se entretendo para todos no retângulo do corpo
(a noite) que plana livre de armação
A noite, retângulo de corpo de um reto tão curvo
Que, de reto, se eleva por si: une retângulos!

Nenhum comentário: