quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Pessoas, com licença!


Com licença!
Cheguei pra ficar, pra ver o que pode com o que não pode.
Um dia diferente....bem diferente. Lá fora faz frio. Fora do espaço.
Aqui, concentram-se inúmeras pessoas buscando alguma coisa, qualquer coisa... me parece!
Toca-se e entoca-se. Canta-se. A música flui nos ouvidos e nos corações.
Baila-se, concentra-se, imaginam-se "loucuras" e os pés lá se vão - pra lá, pra cá - os corpos se cruzam e se encostam. É o ir e vir.
Como estarão estes corações? Concentram-se? Distanciam-se? Distraem? Riem? Sorriem? Não sei! Às vezes parecem estar chorando. Sabe-se lá. Ahhhhh...eles sabem!
Aumenta o som: "Se Deus quiser".
Se Deus quiser...e Deus quer: os passos se tornam mais velozes, mais dançarinos, bailantes e o espaço...o esconderijo de todos parece ser comum a todos.
E o pedido chega comum: Baila comigo? E lá eles se vão e vêm e vêm e vão.. A alegria está no ar! E quanta alegria! Não se cansam, meu Deus!
E a música continua. Os corações estão soltos, espalham-se pelo salão, os pés pouco se apoiam, deslizam....efetivamente deslizam pra cá e pra lá e tudo se explode: é um cantar único, balançante...aconchega. A alegria está no ar!
União de corpos. Vozes e pés se harmonizam. Aqui, o ritmo é único; lá fora, louco!
Pela porta, novos rostos, novos corpos, novos pés...chegam de fora para dentro. E os mais diferentes "bailares" vão se incorporando.

 Pessoas, com licença! Registrar este momento é registrar este momento. Nada além. Com licença, então!

Olhos curiosos se esticam - "o que terá nesse papel?"- Nada! Ou tudo? Nada além do que pode ter. E a caneta explode: estilhaços para o lado, para cima e para baixo. Ops! Apruma-se e a escrita continua.
O papel está por acabar...é um poço de surpresas. Surpreendo, mas há, também, outras surpresas.
As pernas são o apoio, não há mesas, cadeiras e nem chão livres. Todos ocupados. Os pés de todos agora estão mais próximos e eu....escorreguei. Meu corpo desliza pela parede que me apoia. Caí! Deixei-me cair para continuar a escrever, a descrever. Que coisa! O papel acabou!
Outro chegou rápido. Olhos curiosos observam atentamente.
É! Tudo tem seu momento, seu movimento, seu espaço, sua dor e a saudade.
Escrevo. Escrevo porque é preciso, é bom, é digno...não para preencher simplesmente, mas, tão simplesmente para apresentar, divulgar o que está no coração, no pensamento, no olhar!
Olho, visualizo, vejo 1000; vejo também sem o “1” e fica somente zero, o vazio, o nada!
Uns, além do que podem, rebolam, viram e se reviram; outros, timidamente, se encolhem e se acolhem a si mesmos.
É interessante. Há interesse e cumplicidade nos olhares, nos pés, nos passos.
Com licença, pessoas, mas, não podia deixar de registrar a cumplicidade de cada um com um; não podia deixar de registrar o tique-taque de cada coração no embalo da música e, por que não dizer, do tique-taque acelerado de cada coração quando enxerga o coração do outro que, em cumplicidade, vermelhos, bailam e rodopiam e vibram...
Pessoas, com licença! Permitam-se nessa travessia.
Felicidades!

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